Kathia Delari
ano: 1981
cidade: umuarama
pecado: preguiça
vício atual: falar com estranhos
ponto fraco: horário
salve-salve: família, amizades,
chocolate, café, milkshake
de ovomaltine, bozo, sapos,
google, cama.

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sábado, setembro 24, 2005

Digite 1 para NÃO e 2 para SIM ao desarmamento

Pronto, tô mal humorada e com sono, e vou aproveitar a deixa.
Odeio e-mails que repassam opiniões indignadas da classe média quando eu não me incluo na opinião retratada. Sim, eu sou parcial e assumo isto.
E por que eu me indigno, então? Porque estes e-mails vêm de pessoas que eu conheço e a quem eu prezo. Porque na maioria das vezes não há um comentário pessoal de quem encaminhou o e-mail, não há mediação, só uma retransmissão. E as linhas argumentativas são as do senso comum, normalmente conservador, e que em uma análise rasa, eu diria que usa não mais o povo nas ruas como massa de manobra, mas pessoas com acesso a internet, bons salários, casa comida e roupa lavada, formação acadêmica: elite cultural e líder de opinião.
Aí tem dia que eu tô com a pá virada e resolvo responder. Indignação da vez:
O referendo sobre o desarmamento. E vocês provavelmente já receberam o e-mail que eu recebi. A tecla mais batida é a defesa das “pessoas do bem”.

Portanto, o Estatuto do Desarmamento e a opção plebiscitária que proíbe a comercialização de armas e munições poderão obter como triste resultado desarmar as pessoas de bem, deixando-as a mercê dos bandidos, assaltantes, estupradores e narcotraficantes, que continuarão armados simplesmente porque não usam armas registradas, nem têm domicílio conhecido e a Lei pouco lhes importa. Além disso, ante o fracasso do Estado em matéria de segurança pública, os bandidos se sentirão como lobos no galinheiro.

Fico impressionada com o tanto que as pessoas curtem Linha-Direta.
E curtem também decretar a falência do Estado. Se for assim, realmente é melhor se armar. Porque com o Estado falido, com a Democracia morta, daqui a pouquinho, além das escolas e hospitais privatizados, a Justiça também irá a leilão. Aí, olho por olho, dente por dente... Ou poderemos fazer uma troca, né? Se você não quiser estuprar o estuprador, pode usar sua arma de fogo de pessoa do bem... afinal pra quê se sujar com esperma?

Os gravíssimos problemas de segurança pública, reiteramos, não se resolvem com o desarmamento das pessoas de bem. Tampouco se pode esquecer que as causas profundas da violência estão, principalmente, na crise moral e, portanto, religiosa que afeta a sociedade, a família, as instituições públicas, educacionais, eclesiásticas, etc., mais do que em causas econômicas.

Crise moral e eclesiástica??? Não botem a Igreja no meio sem levar em conta os seus preceitos: “Vive e deixe viver”, “se escolhes matar também morrerás’. Pedro era uma pessoa do bem e tinha uma espada. Cortou a orelha do guarda e foi repreendido, pois não era a violência que iria salvar ninguém ali.
E já que entrei na questão religiosa. Lembrei de uma colocação muito pertinente, mas que poucos pregadores fazem e que eu tive oportunidade de ouvir:
Não foi o povo que condenou Jesus. O povo não tinha acesso às assembléias. Era a elite da época que estava lá, que intercedeu por Barrabás. Que trouxe o Severino da pouca representatividade pra Presidência da Câmera.
Além de fazer cagada faz a culpa sobrar pro povo.

Os dados :
Calcula-se que existem no Brasil 20 milhões de armas ilegais - roubadas ou contrabandeadas - e 2 milhões devidamente registradas. O que as autoridades deveriam fazer era empenhar-se em dar segurança à população e em recuperar as armas ilegais, não em impedir a posse das legais.

Agora, porque não se pode evitar 20 mortes, não se deve evitar 2? Porque não se pode evitar mortes pelas mãos de traficantes e de ladrões, não se deve evitar mortes pelas mãos de maridos traídos, de mulheres ciumentas, de crianças curiosas que pegam armas em cima de armários?
O que é mais traumático? Ver a mãe ser morta por um criminoso, um ser do mal? Ou ver uma pessoa do bem se defender com as mesmas armas que o bandido.
Faroeste. Honra. Defesa.

O e-mail termina assim:
Desejamos que no Brasil, no próximo plebiscito de 23 de outubro, prevaleça o bom senso, e os votantes tenham presente que se as armas das pessoas particulares ficarem fora da lei, somente os particulares que estão fora da lei terão armas.

E o que me vem à cabeça quando leio este tipo de argumentação é: Se não pode com eles, junte-se a eles.
E é este conformismo imposto que vai nos fuder, pela equivocada percepção de que já está tudo fudido. Isto pra mim é desistir.
Eu ainda acho que é um erro tomar o todo pela parte.
Mas fazer o que, não vou deixar de conviver com os cidadãos de bem que querem ter a opção de um dia ter uma arma em casa. E não vou amá-los menos por causa disto, no máximo me decepcionarei. Mas não tomarei o todo pela parte, realmente não consigo me desvencilhar das minhas concepções e crer que as pessoas que eu gosto realmente acham o mesmo que eu entendi que este e-mail prega.
E, como pessoa do bem que não quero a possibilidade de poder me defender a ferro e fogo, creio que os 80% de pessoas a favor do desarmamento não diminuirá a ponto de que a lei não seja referendada.

Link do TRE

Kathia 1:17 AM

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